Antropologia e Cultura

Unidade 3  -  2ª série

Antropologia

 

A antropologia é uma ciência social que surgiu no século XVIII. Porém, foi somente no século XIX que se organizou como disciplina científica. A palavra tem o seguinte significado, cuja origem etimológica deriva do grego anthropos/antropo (homem, pessoa) e logos/logia (razão, pensamento ou estudo). Esta ciência estuda, principalmente, os costumes, as crenças, os hábitos e aspectos físicos dos diferentes povos e a evolução da espécie humana.

A antropologia é o estudo do homem como ser biológico, social e cultural. Sendo cada uma destas dimensões por si só muito ampla, o conhecimento antropológico, geralmente a antropologia é organizada em áreas especializadas com o objetivo de estudar detalhadamente os aspectos culturais do ser humano, por isso, ela divide-se em:

Antropologia física ou biológica – estuda os aspectos genéticos e biológicos do homem;

Antropologia social – estuda as organizações sociais e políticas, instituições sociais, parentescos e etc.

Antropologia cultural – estuda os sistemas simbólicos, religiões, comportamentos e etc.

A antropologia utiliza como fontes de pesquisas: livros, imagens, objetos, depoimentos e as observações, através da vivência entre os povos ou comunidades estudadas, são comuns e fornecem muitas informações úteis ao antropólogo.

Qualquer que seja a definição é possível entender a antropologia como uma forma de conhecimento sobre a diversidade cultural, isto é, a busca de respostas para entendermos o que somos a partir do espelho fornecido pelo “outro” – aquilo que representa o diferente, o estranho, no que nos deixa perplexo. Assim ficamos vulneráveis sem o saber da certeza, expelimos nossa ignorância quando julgamos e avaliamos o que não conhecemos, caindo nos erros da generalização e do preconceito.

 

CULTURA: SIGNIFICADO E CONCEITO

 

A palavra cultura vem do latim, significa colere, que definia inicialmente o cultivo das plantas, cuidado com os animais e a terra (por isso, agricultura). Define ainda o cuidado com as crianças e sua educação, cuidado com os deuses (por isso, culto). Neste sentido o termo cultura seria colere = cultivar ou instruir

Com a antropologia, o termo cultura passou a ter outro sentido, definido pelo pesquisador inglês Edward Taylor que diz: “a cultura é todo complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes ou qualquer outra capacidade o hábito adquirido pelo homem como membro de uma sociedade”.

 

NATUREZA, TRABALHO e CULTURA.

 

Tudo começa com a natureza (tudo aquilo não criado pelo homem como água, vento, terra, etc) e, depois o ser humano, agindo sobre ela com seu trabalho (toda atividade física e mental que o homem realiza criando ou inventando bens e serviços) passa criar instrumentos e relações sociais com os outros. Desde os primórdios sempre procuramos viver melhor, facilitar nosso modo de vida, isso faz parte da nossa natureza humana – isso acontece graças a tudo aquilo que nos diferencia dos outros animais como: a linguagem comunicativa simbólica, capacidade de invenção e criação intencional e planejada; tudo isso favorecida pelas nossas vantagens fisiológicas: como um cérebro desenvolvido, posição ereta e liberação das mãos. Assim, o homem primitivo criou o arco, a flecha, para facilitar a caça, criou a agricultura para sempre ter alimentos, criou roupas, para se proteger do frio, casas para se abrigar das tempestades (foi se criando a cultura material que são objetos e utensílios que facilitam a vida das pessoas) etc.

O homem primitivo percebeu que junto com outros seres humanos podia organizar uma vida social (sociedade) onde se protegeria dos grandes animais ferozes e de seus inimigos rivais, bem como conseguir mais alimentos, percebeu também que para perpetuar-se em grupos precisava de regras sociais que conduzisse as novas gerações (surgiu a cultura imaterial que são os costumes, as regras, os valores).

O mundo que resulta do pensar e do agir humano não pode ser chamado de natural, pois se encontra transformado e ampliado por nós. Portanto, as diferenças entre pessoa e animal não são apenas de grau, porque enquanto o animal permanece adaptado a natureza, nós somos capazes de transforma-la através do trabalho, tornando possível a cultura.

Ao mesmo tempo em que transforma a natureza, adaptando-a às necessidades humanas, o trabalho altera o próprio individuo, desenvolvendo suas faculdades. O trabalho é, portanto, condição de transcendência e, como tal, expressão da liberdade.

 

MULTICULTURALISMO

 

O Multiculturalismo (ou pluralismo cultural) é um termo que descreve a existência de muitas culturas numa localidade, cidade ou país, sem que uma delas predomine, porém separadas geograficamente e até convivialmente no que se convencionou chamar de “mosaico cultural”.

O multiculturalismo implica reivindicações e conquistas das chamadas minorias (negros, índios, mulheres, homossexuais, entre outras).

A doutrina multiculturalista dá ênfase à idéia de que as culturas minoritárias são discriminadas, sendo vistas como movimentos particulares, mas elas devem merecer reconhecimento público. Para se consolidarem, essas culturas singulares devem ser amparadas e protegidas pela lei. O multiculturalismo opõe-se ao que ele julga ser uma forma de etnocentrismo (visão de mundo da sociedade branca dominante que se toma por mais importante que as demais).

 

RELATIVISMO CULTURAL e ETNOCENTRISMO

 

relativismo cultural é um movimento que considera as culturas de modo geral, diferente uma das outras em relação aos postulados básicos, embora tenham características comuns.

Todos os povos formulam juízos em relação aos modos de vida diferentes dos seus. Por isso, o relativismo cultural não concorda com a idéia de normas e valores absolutos e defende o pressuposto de que as avaliações devem ser sempre relativas à própria cultura onde surgem.

Os padrões ou valores de certo ou errado, dos usos e costumes das sociedades em geral, estão relacionados com a cultura da qual fazem parte. Dessa maneira, um costume pode ser válido em relação a um ambiente cultural e não a outro.

O fato de que o homem vê o mundo através de sua cultura tem como consequência a propensão em considerar o seu modo de vida como o mais correto e natural. Tal tendência, denominada etnocentrismo, é responsável em seus casos extremos pela ocorrência de numerosos conflitos sociais. Estas tendências contem o germe do racismo, da intolerância, e frequentemente, são utilizados para justificar a violência contra outros. Entretanto o etnocentrismo apresenta um aspecto positivo, ao ser agente de valorização do próprio grupo.

Cada povo tem uma cultura própria, cada sociedade elabora sua própria cultura e recebe influencia de outras culturas; dessa forma, todas as sociedades, desde as simples até as mais complexas, possuem cultura. Não há sociedade sem cultura, assim como não existe ser humano destituído de cultura.

 

TRAÇO CULTURAL e COMPLEXO CULTURAL

 

Cultura, portanto, é um conjunto de elementos ligados estreitamente uns aos outro, decompostos em parte. As mais simples são os traços culturais, as unidades de uma cultura: uma idéia, uma crença, um lápis, uma pulseira e etc.; representam traços culturais. Claro que, os traços culturais, só têm significados quando considerado dentro de uma cultura especifica, por exemplo: um colar pode ser um simples adorno para determinado grupo é para outro ter um significado mágico ou religioso.

A combinação dos traços culturais forma um complexo cultural, como exemplo tem o carnaval no Brasil onde se encontra um grupo de traços culturais – relacionados uns com os outros: carro alegórico, música, dança, instrumentos musicais, fantasias e etc. o futebol também é um complexo cultural que está decomposto em vários traços culturais: o campo, a bola, o juiz, os jogadores, a torcida, as regras do jogo e etc.

 

PADRÃO CULTURAL e ACULTURAÇÃO

 

Dentro de todas as sociedades existe um padrão cultural, que é uma norma estabelecida pela sociedade, os indivíduos normalmente agem de acordo com os padrões estabelecidos pela sociedade em que vivem. No Brasil, por exemplo, o casamento monogâmico é um padrão de nossa cultura. Se existem sociedades diferentes, é porque existem culturas diferentes, e na maioria das vezes contatos entre essas culturas. Exemplo disso é a formação sócio-cultural brasileira.

Durante a colonização no Brasil, ocorreram intensos contatos entre cultura do colonizador português e as culturas dos povos indígenas e dos africanos trazidos como escravos. Como consequências desse contato ocorreram modificações que deram origem a cultura brasileira; esse contato e mudanças culturais são conhecidos comoaculturação.

 

CONTRA CULTURA e MARGINALIDADE CULTURAL

    

Nas sociedades contemporâneas encontramos pessoas que contestam certos valores vigentes, opondo-se radicalmente a eles. Como exemplos têm o trabalho, o patriotismo, a acumulação de riqueza e a ascensão social; são valores culturais importantes na nossa sociedade, infligir esses valores culturais significa o processo decontracultura. Exemplo: o movimento hiper da década de 60, ele se pôs radicalmente a esses valores.

O contato entre cultura pode provocar além da aculturação, uma série de conflitos mentais entre os indivíduos pertencentes a essas culturas. Esses conflitos têm origem na insegurança que as pessoas sentem diante de uma cultura diferente da sua: aqueles que não conseguem se integrar completamente em nenhuma das culturas que os rodeiam ficam a margem da sociedade. A esse fenômeno dar-se o nome demarginalidade cultural. Como exemplo temos, no interior de São Paulo caingangue descaracterizados culturalmente, eles não conhecem mais nada do seu passado, não se lembram de sua língua, de seus cantos, de sua dança e de suas antigas praticas de trabalho. Também não estão incorporados à cultura que os cerca. Eles são mansos e tristes.

 

RAÇAS x ETNIAS

 

“Raças são populações mais ou menos isoladas, que diferem das outras populações da mesma espécie pela frequência de características hereditárias”. Não existe raça humana pura, pois o isolamento entre os grupos humanos sempre foi relativo, nunca absoluto, graças às migrações de áreas para outra e nesses contatos sempre ocorriam a miscigenação.

O conceito raça é biológico e não deve ser confundido com noções culturais, sociais ou psicológicas. No ser humano, ao contrário de que ocorre nos outros animais, os elementos biológicos, embora exerçam influência, não determinam a vida do indivíduo.

 A personalidade humana não é determinada apenas por fatores hereditários: vai ser constituído ao longo da vida e recebe influência do meio social, da educação e das experiências poder apresentar importantes mudanças com o tempo. “A pesar dessa complexidade podemos classificar, para níveis de estudo didáticos, três “troncos raciais” ou raças maiores”: mongolóides (amarela), caucasóides (branca) e negróide (negra).

Tendo em vista todas as dificuldades que existem para aplicar o termo raça à espécie humana, vários cientistas resolveram substituí-lo por etnia, que se refere a vários grupos diferentes, mas que possuem traços comuns (físicos ou culturais) e um sentimento de identificação de pertencer a um mesmo grupo. Tornemos como exemplo a população brasileira, que é formado por várias etnias: os negros, os indígenas, os descendentes de portugueses, de italianos, de japoneses e outros. O termo raça não é adequado, pois tanto uma raça pode estar presente em vários desses grupos como em alguns casos um grupo pode abranger várias raças.

 

DINÂMICA CULTURAL / MUDANÇA CULTURAL

 

A cultura material e imaterial dos seres humanos se inova ou evolui ao longo dos tempos, isso acontece devido acumulação e a transmissão de conhecimentos, é o que denominamos genericamente de educação. A educação é feita no interior da família, no convívio social. Nós dependemos dos outros para que eles nos ensinem coisas que ajudem a viver melhor. Assim, dependemos da cultura acumulada pelas gerações passadas para viver no presente e ter esperança de viver melhor ainda no futuro.

O processo de aquisição cultural é acumulativo e seletivo e ocorre através da comunicação. Mais explicitamente, a linguagem humana é um produto da cultura, graças à linguagem e à comunicação ora que o homem preserva e desenvolver sua cultura.

  A cultura não é estática, ela é dinâmica e, esta sujeita a transformações; as culturas mudam continuamente, assimilam novos traços ou abandonam os antigos, através de diferentes formas: crescimento, transmissão, difusão, estagnação, declínio, fusão; são aspectos aos quais as culturas estão sujeitas.

mudança cultural, enquanto processo consciente ou inconsciente, pelas quais as coisas se realizam se comporta ou se organizam. Pode ocorrer com maior ou menor facilidade, dependendo do grau de resistência ou aceitação. O aumento ou diminuição das populações, as migrações os contatos com povos de culturas diferentes, as inovações científicas e tecnológicas, as catástrofes (perdas de safras, epidemias, guerras), as depressões econômicas, as descobertas (aquisição de um elemento novo, coisa já existente: lâmpada, máquinas, etc.), a mudança de governo. As mudanças também ocorrem de forma imaterial, como um novo costume, uma nova organização.

As alterações podem surgir em consequências de fatores internos (endógenos) ou externos (exógenos): novos elementos são agregados ou os velhos aperfeiçoados por meio de invenções; novos elementos são tomados de empréstimos de outras sociedades; elementos culturais, inadequados ao meio ambiente, são abandonados ou substituídos; alguns elementos, por falta de transmissão de geração, se perdem.

 

    

CONSUMO, DESIGUALDADE, POBREZA E MEIO AMBIENTE.

        

O consumo refere-se às mercadorias, aos serviços, à energia e aos recursos que são esgotados pelas pessoas na vida em sociedade.

A questão do consumo é um fenômeno que apresenta tanto dimensões positivas quanto negativas. Por um lado, níveis crescentes de consumo em todo mundo significam que as pessoas estão vivendo em melhores condições de que no passado.

O consumo está associado ao desenvolvimento econômico – com a elevação dos padrões de vida, as pessoas têm mais condições de arcar com comida, roupas, itens pessoais, lazer, carros e assim por diante. Por outro lado, o consumo também pode trazer impactos negativos. Os padrões de consumo podem causar danos à base de recursos ambientais e exacerbar os padrões de desigualdade.

As desigualdades de consumo entre os ricos e os pobres são significativos. Os 20% mais ricos da população mundial são responsáveis por 86% das despesas de consumo privado, ao passo que os 20% mais pobres respondem por apenas 1,3% desses gastos. Os 10% mais ricos consomem 58% da energia total, 84% de todo papel, 45% de toda a quantidade de carne e peixe, e são proprietários de 87% de todos os veículos.

Os atuais padrões de consumo não são apenas extremamente desiguais, mas também estão produzindo um impacto severo sobre o meio ambiente. Por exemplo, o consumo de água doce dobrou desde 1960, a queima de combustíveis fósseis praticamente quintuplicou durante os ultimas 50 anos, e o consumo de madeira subiu até 40% em relação à 25 anos atrás. O sortimento de peixes está diminuindo, as espécies selvagens e

stão entrando em extinção, o fornecimento de água está se tornando mais escasso e as áreas arborizadas estão encolhendo.

Os padrões de consumo não estão apenas esgotando os elementos naturais existentes, como também estão contribuindo para sua degradação através dos resíduos e das emissões de substâncias nocivas.

Por fim, apesar de os ricos serem os principais consumidores mundiais, os impactos mais violentos dos danos ambientais causados pelo aumento do consumo recaem sobre os pobres. Os ricos estão em melhores condições para desfrutar dos diversos benefícios do consumo sem terem que lidar com seus efeitos negativos.  

Em um nível local, os grupos abastados geralmente tem dinheiro para abandonarem áreas difíceis, deixando a maior parte dos custos para os pobres. Usinas químicas, estações de energia elétrica, grandes estradas, ferrovias e aeroportos, em geral, situam-se próximo a áreas de baixa renda. Em um nível global, é possível perceber o andamento de um processo semelhante: a degradação do solo, o desmatamento, a falta de água, as emissões de chumbo e a poluição do ar são problemas que estão concentrados no mundo em desenvolvimento. A pobreza também intensifica essas ameaças ambientais. As pessoas que possuem poucos recursos têm poucas escolhas senão maximizar os recursos disponíveis a elas. Consequentemente, à medida que a população humana aumenta, é cada vez maior o número de pressões que se aplicam a uma base de recursos em retração.

 

CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO E SUSTENTABILIDADE.

 

Face à delapidação dos recursos no nosso planeta, teremos que crescer a u

m ritmo mais lento e até inverter as tendências de crescimento demográfico, de modo a reduzir as necessidades de consumo sem prejudicar o processo de desenvolvimento. A sustentabilidade do desenvolvimento está intimamente relacionada com a dinâmica do crescimento demográfico.

Se for verdade que a redução das taxas atuais de crescimento populacional nos países em desenvolvimento é um imperativo ao desenvolvimento sustentável, também não é menos verdade que qualquer indivíduo que viva num país industrializado representa um encargo maior para a capacidade da Terra do que qualquer cidadão de um país mais pobre.

As ameaças à sustentabilidade dos recursos tanto vêm das desigualdades de acesso a esses mesmos recursos, como da forma como são usados, ou simplesmente do número de pessoas que os utilizam. Os padrões de consumo são tão importantes como o número de consumidores para a conservação dos recursos.

O equilíbrio entre a dimensão da população e os recursos disponíveis, a taxa de crescimento demográfico e a capacidade da economia em satisfazer as necessidades básicas da população, sem pôr em risco as gerações futuras serão com certeza o grande desafio das políticas de desenvolvimento nos próximos anos.

O caminho a percorrer rumo à sustentabilidade não é fácil, pois terá obviamente que passar por um conjunto de ações diversificadas:

*Limitar o crescimento demográfico;

*Controlar o impacto deste crescimento sobre os recursos;

*Aumentar a eficiência dos recursos (menos desperdício, menor consumo, maior durabilidade);

*Elevar o potencial humano (educação e formação);

*Melhorar os sistemas de segurança social.

 

VIOLÊNCIA e CRIME

 

Em um sentido amplo podemos dizer que violência é toda atitude ou comportamento que desrrespeita as boas relações de convivencia social, causando danos a outras pessoas, seres vivos ou objectos (meio ambiente, patrimônio público e etc). Exemplo falta de saudaçoes ou atos socio-educacionais como: bom dia, obrigao, liçença, porfavor, aperto de mãos, manifestações de carinho com os entes queridos. Podemos ressaltar também qualquer tipo de preconceito ou racismo como atos de violência inaceitável.

Em um sentido restrito violência se refere a invasão da autonomia e integridade física ou psicológica e mesmo a vida de outro. É o uso excessivo de força, além do necessário ou esperado. O termo deriva do latim violentia (deriva de vis, força, vigor); aplicação de força, vigor, contra qualquer coisa ou ente. Neste caso a violência converte-se em crime, que é a transgrssão das regras legais de uma determinada sociedade e, que se comprovada, o ato criminoso sofre sanções penais e legais prescritas ou consuetudinárias.

 

ASPECTOS DA VIOLÊNCIA

 

A violência penetrou em todos os aspectos da vida, ela se manifesta constantemente e cotidianamente, na economia (exploração do homem pelo homem, coação do Estado, dependência material, discriminação do trabalho da mulher, trabalho infantil, imposições injustas, etc.); na política (o domínio de um ou vários partidos, o poder do chefe, o totalitarismo, a exclusão dos cidadãos na tomada de decisões, a guerra, a revolução, a luta armada pelo poder, etc.); na ideologia (implantação de critérios oficiais, proibição do livre pensamento, subordinação dos meios de comunicação, manipulação da opinião pública, propaganda de conceitos de fundo violento e discriminador que resultam cômodos à elite governante, etc.); na religião (submissão dos interesses do indivíduo aos requerimentos clericais, controle severo do pensamento, proibição de outras crenças e perseguição de hereges), na família (exploração da mulher, ditado sobre os filhos, agressões, etc.), no ensino (autoritarismos de gestores, castigos, proibição de programas livres de ensino, etc.), no exército (voluntarismo de chefes, obediência irreflexiva de soldados, castigos, etc.), na cultura (censura, exclusão de correntes inovadoras, proibição de editar obras, ditados da burocracia, etc.,).

Uma das principais carateristicas de nossa sociedade é a situação social de paranóia

 ou sensação de inseguração, isto é, os individuos passam a viver em um clima de constante ameaça psicológica, traumatizados pela possibilidade de ser vítima de atos violentos. Uma das causas dessa sensação é a constante propagação e aumento das vitimização de crimes urbanos.

 

 TIPOS DE VIOLÊNCIA

 

Violência Física – A violência física é o uso da força com o objectivo de ferir, deixando ou não marcas evidentes.

São comuns, murros, estalos e agressões com diversos objectos e queimaduras.

A violência física pode ser agravada quando o agressor está sob o efeito do álcool, ou quando possui uma Embriagues Patológica ou um Transtorno Explosivo.

Violência Psicológica – A violência psicológica ou agressão emocional, tão ou mais prejudicial que a física, é caracterizada pela rejeição, depreciação, discriminação, humilhação, desrespeito e punições exageradas. É uma violência que não deixa marcas corporais visíveis, mas emocionalmente provoca cicatrizes para toda a vida. Existem várias formas de violência psicológica, como a mobilização emocional da vítima para satisfazer a necessidade de atenção, carinho e de importância, ou como a agressão dissimulada, em que o agressor tenta fazer com que a vítima se sinta inferior, dependente e culpada. A atitude de oposição e aversão também é um caso de violência psicológica, em que o agressor toma certas atitudes com o intuito de provocar ou menosprezar a vítima. As ameaças de mortes também são um caso de violência psicológica.

Violência verbal – A violência verbal não é uma forma de violência psicológica. A violência verbal normalmente é utilizada para oportunar e incomodar a vida das outras pessoas. Pode ser feita através do silêncio, que muitas vezes é muito mais violento que os métodos utilizados habitualmente, como as ofensas morais (insultos), depreciações e os questionários infindáveis.

Violência sexual – Violência na qual o agressor abusa do poder que tem sobre a vítim

a para obter gratificação sexual, sem o seu consentimento, sendo induzida ou obrigada a práticas sexuais com ou sem violência física. A violência sexual acaba por englobar o medo, a vergonha e a culpa sentidos pela vítima, mesmo naquelas que acabam por denunciar o agressor, por essa razão, a ocorrência destes crimes tende a ser ocultada.

Negligência – A negligência é o acto de omissão do responsável pela criança/idoso/outra (pessoa dependente de outrem) em proporcionar as necessidades básicas, necessárias para a sua sobrevivência, para o seu desenvolvimento. Os danos causados pela negligência podem ser permanentes e graves.

O CICLO DA VIOLÊNCIA

 

Quando a violência se manifesta ela ja é consequencia de diversas orientações dentro das relações sociais. A dinâmica e a complexidade da vida social moderna cria um clima propicio para despertar atitudes ante-social no ser humano.

 Sendo um fenômeno provocado pela estrutura social e resultante em conflitos que se expresam nos vários grupos no qual fazemos parte. Neste sentido, todo nosso comportamento é determinado por algo exterior a nós. Normalmente as nossas atitudes refletem em consequencias de outras gerando um ciclo ou uma teia de relações conflituosas devidas o conjuntos das diversas relações sociais que existem